Alô, alô, meus (como sempre) poucos leitores! Atendendo a pedidos, as letras agora estão negrito, para facilitar a leitura do post. Mas vamos ao que interessa!
Venho aqui finalmente fazer minha primeira postagem decente no blog, falando um pouco sobre um dos meus sistemas favoritos: 3D&T (e seus antecessores e derivados). Essa é a história, como eu a conheço, de um dos sistemas de RPG mais jogados no Brasil. Algumas informações podem estar erradas, em alguns pontos eu posso estar postando apenas minha opinião (ei, eu tenho direito, o blog é meu u.u), mas o que vale é a intenção de falar sobre Defensores de Tóquio e suas diversas edições.
Da época dos Cavaleiros do Zodíaco
O ano era 1994 ou 1995 (depende de qual revista você lê). A publicação era a antológica Dragão Brasil Especial # 1. A editora era a Trama. Nesse ambiente nasceu pelas mãos e paixão de Marcelo Cassaro o Defensores de Tóquio. Era um sistema de RPG sem grandes pretensões, muito mais um apanhado de regras para jogar tirando graça com as séries e desenhos japoneses que eram sucesso na época do que um projeto de um sistema de regras oficial da Dragão Brasil.
Mas, fosse pela sua simplicidade, fosse pelo fato de ser vendido em bancas de jornal comuns ou por seu tom cômico, o sistema fez sucesso, tornando o 5º sistema mais jogado no país (perdendo apenas para Dungeons & Dragons (a edição original), Advanced Dungeons & Dragons, GURPS e Storyteller. Com isso foi lançada a versão Advanced (que passaria a adotar a sigla AD&T, para fazer referência ao AD&D).
A nova edição seguia o mesmo estilo simples e cômico da original, homenageando os animes e séries tokusatsus ao mesmo tempo que fazia piada com seus clichês repetitivos de 30 anos. E, assim como seu antecessor, AD&T fazia sucesso.
Com o tempo, os desenhos japoneses foram saindo do ar aos poucos (e as séries com atores eram substituídas por versões americanas, onde personagens de diversos seriados eram misturados em uma única história). Defensores de Tóquio tinha tudo para cair no esquecimento.
Mas, àquela altura, os jogadores já usavam suas regras em aventuras mais genéricas, menos cômicas, mas voltadas para ação. No novo cenário do entretenimento do final dos anos 1990 uma reformulação do jogo fez-se necessária.
Hadouken!
Veio então Defensores de Tóquio 3ª Edição, ou 3D&T. As regras apareceram inicialmente em um RPG oficial de Street Fighter, onde o estilo cômico foi deixado um pouco mais de lado e regras opcionais surgiram para deixar o sistema oficialmente genérico, mas sem perder sua simplicidade. Depois disso diversos outros games receberam versões oficiais de RPG usando as regras de 3D&T.
Com isso veio o manual básico do sistema, matérias na Dragão Brasil, suplementos para o cenário de Tormenta... Tanto material acabaria originando a versão Revisada e Ampliada.
Tempo depois, na Dragão Brasil #84, veio uma matéria com regras alternativas para aventuras baseadas em RPG eletrônicos (na época mais comuns no PlayStation I). A tremenda aceitação do público e os diversos elogios à nova mecânica de combate (que conseguia ser mais ágil e simples que das edições anteriores de 3D&T) e o uso de Pontos de Magia levaram Cassaro a publicar o Manual Defensores de Tóquio 3ª Edição Revisado, Ampliado e Turbinado (ou simplesmente 3D&T Turbo).
Com essa edição o sistema chegou ao seu auge, com diversos suplementos em edições especiais da Dragão Brasil e adaptações e mini-cenários nas páginas da Dragão Brasil. Tudo ia muito bem, até que Cassaro saiu da Talismã (antiga Trama), que publicava a Dragão Brasil. 3D&T Turbo foi, comercialmente, morrendo aos poucos. O Trio Tormenta passou a trabalhar apenas com o Sistema d20 e, na visão do seu criador, 3D&T caiu no esquecimento.
Fuuuu-são! HAH!
Em 2006 Cassaro resolveu aliar o sucesso de 3D&T com as conhecidas regras do Sistema d20 (o mesmo de Dungeons & Dragons 3ª Edição). Assim nasceu Defensores de Tóquio 4ª Edição (4D&T). E assim ele morreu. Tal qual as tentativas anteriores de Cassaro em lançar sistemas OGLs (Ação!!! e Primeira Aventura), 4D&T morreu na praia. Houve uma resistência muito grande por parte dos fãs de 3D&T em aprender um novo conjunto de regras que em nada lembrava as antigas. Na época eu mesmo resisti e muito critiquei a nova edição, pelo que lia em fóruns e resenhas.
Mas a verdade é que 4D&T cometeu apenas um pecado (mortal o suficiente para fazê-lo ser odiado por muitos): ele dizia ser uma nova edição do querido 3D&T...
4D&T resgatou o antigo clima das versões originais de Defensores de Tóquio, sendo de fato um jogo sobre heróis nipônicos. Se comparado ao D&D, 4D&T era simples, tal qual Defensores sempre se propôs a ser. O jogo tinha tudo que o mestre e os jogadores precisavam para suas campanhas estilo anime e mangá: mechas, magias, monstros de bolso, equipamentos pouco realistas, organizações malignas...
Tudo bem, nada disso era detalhado. Tudo era bastante genérico e superficial, mas a parte mais complicada (as regras) estava toda lá. O resto ficava a serviço da imaginação dos jogadores e do mestre. Moleza para nós RPGistas.
Mas o sistema não vingou. Talvez o simples fato de receber outro nome o tivesse feito render um pouco mais. Quem vai saber? Com o fracasso, os Defensores foram novamente deixados de lado...
Expecto... PATRONUM!
E aí veio 2008. Numa bela conversa via MSN, o Guilherme, da Jambô (editora que publica, entre outros, os livros de Tormenta), relatou ao Cassaro sobre um enorme grupo de jogadores (enorme como aqueles que você só pensava ser capaz de ver em mesas de Vampiro e Lobisomem) que estavam na loja rolando seus dados com a adaptação de Harry Potter para 3D&T, publicada na Dragão Brasil #79. Ver que as pessoas continuavam jogando e amando 3D&T, mesmo depois que ele próprio desistira dele há 5 anos, Cassaro resolveu relançar o jogo, com novas regras.
Em termos de mecânica de jogo, a nova edição (batizada de 3D&T Alpha) não difere muito da Turbo. Ela é mais simples (especialmente em se tratando da parte de magias). O seu clima foi diretamente retirado de 4D&T, recuperando seu apelo de diversão e aventuras tipicamente japonesas, mas devidamente adaptado ao novo cenário nacional (ou mundial, porque não?) dos animes e mangás, ligeiramente mais sério, exigente e ativo.
3D&T Alpha tem feito grande sucesso, mostrando que não existe dragão, masmorra, vampiro ou lobisomem que resista à combinação quase perfeita de regras equilibradas e diversão que apenas os Defensores de Tóquio parecem ser capazes de alcançar.
Vida longa a este incrível sistema!
verdade... bela retrospectiva, meio-elfo!
ResponderExcluirsoh espero que o cassaro prime mais pela evoluçao propria do 3D&T, e nao pela atual tendencia em adaptar mecanicas do 4D&T e do proprio D&D para os defensores... caracteristica observada claramente na ediçao alpha.
O 3DeT é um sistema fantástico. Sua liberdade em termos de regras deu a mim e meu irmão, pessoa com quem mais jogo, umas das batalhas mais memoráveis entre nossas partidas e sistemas que conhecemos. Sua falta de regras com relação a espaço e movimentação também facilita muito a vida de quem joga.
ResponderExcluirÉ uma pena que o Trio Tormenta tenha abdicado deste sistema. Deixaram muitos jogadores órfãos dele. Acho que talvez uma última adaptação seria perfeita caso quisessem pasar para tabuleiro o jogo, tal qual é o DeD.
papai voltou luiz... o jogo estah de volta e nao tem ninguem orfao na parada! hehehe.
ResponderExcluirronaldo
ResponderExcluircara
ResponderExcluireu vou começar a jogar rpg
vc me recomenda começar com qual manual ?